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Família Lepri

Empresas centenárias: inovação, o segredo do sucesso

Lepri, Grupo Globo e GM comemoram seus 100 anos de fundação em 2025. Em comum, o foco na qualidade, sustentabilidade e relacionamento com o consumidor!

Empresas centenárias são exemplos de sucesso e resiliência, adaptando-se às mudanças do mercado ao longo do tempo. Geralmente possuem uma identidade visual e valores que as distinguem e as conectam com o público ao longo dos anos. Estas características são comuns às marcas que este ano completaram 100 anos, entre elas o Grupo Globo, Corona, General Motors e a Lepri, indústria especializada na fabricação de revestimentos naturais.

De acordo com o último levantamento do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), cerca de 60% das empresas no país encerram suas atividades antes de completar cinco anos – o índice de mortalidade chega a 78% em uma década de operação. Completar 100 anos é para poucos! O alinhamento entre valores organizacionais e capacidade de adaptação costuma ser uma das principais características de negócios longevos.

Empresas centenárias não se mantêm vivas por nostalgia. Elas se reinventam. Percebem as mudanças antes da maioria e agem. Não se apegam ao “sempre fiz assim”. Evoluem produto, processo, cultura e modelo de negócio. Sua origem familiar fortalece seus laços quando as novas gerações são preparadas para assumir os desafios com a mesma garra que seus sucessores.

Para José Lepri, CEO da LEPRI, a empresa é uma extensão da família e dos seus sonhos. O avô dele, Giuseppe Lepri, atravessou o oceano como tantos outros imigrantes italianos e, na mala, a determinação de construir algo sólido, que resistisse ao tempo e fizesse a diferença na vida das pessoas.

Cem anos depois, quando José vê cada peça saindo dos fornos da Lepri, ele sente que este legado continua vivo. A argila que um dia foi apenas terra bruta se transforma com o toque das mãos, com o fogo, com a inovação. E assim segue aprendendo com o passado, evoluindo com o presente e, sempre, olhando para o futuro. “Lembro-me da minha infância na cerâmica da família desde que me entendo por gente. A fábrica parecia um verdadeiro “parque de diversões”. la para a escola e, depois, seguia para lá, ao lado do meu pai. Observava tudo e adorava aquele lugar, cheio de coisas interessantes. Foi assim que comecei a gostar de cerâmica e a perceber como um simples barro, misturado com água, podia se transformar em diversas formas”, conta José Lepri.

A Lepri começou produzindo ladrilhos, tijolos, telhas e utensílios. Até o famoso filtro de barro foi produzido! as manilhas eram o carro-chefe, pois, naquela época, as companhias de saneamento utilizavam esse tipo de material. Este material foi substituído depois pelo PVC, levando a empresa a se reinventar.

Em 1995, quando José Lepri assumiu integralmente a direção da empresa, resolveu realizar o sonho de fabricar pisos e revestimentos diferentes dos que existiam no mercado brasileiro. Como ele havia se especializado em vários cursos técnicos de cerâmica, inclusive no exterior, em países como Alemanha, Japão e Estados Unidos, e visitava feiras internacionais de cerâmica, de pisos e revestimentos ao redor do mundo, ressignificou o extrudado. Ele inovou não apenas no processo produtivo e na produção de revestimentos naturais e sustentáveis, como no modelo de negócio com loja própria no primeiro shopping de Design e Decoração da América Latina, o D&D,  a Lepri – Finas Cerâmicas Rústicas, e na sua fábrica.

Ao longo dos anos, novas coleções, texturas e formatos foram surgindo. Em 2005, sua filha, Ludmila Lepri, passou a coordenar o marketing da empresa, sempre focada no conceito da sustentabilidade – algo que já fazia parte do DNA da Lepri que passou a explorar a reciclagem de lâmpadas fluorescentes, abrindo caminho para diversas pesquisas que não pararam mais. A marca vem recebendo diversos prêmios, como o Planeta Casa, o Bet in Show da ExpoRevestir, suas cerâmicas são destaque em eventos em Milão, na Design Week e nas principais mostras de decoração do pais (CASACOR). Hoje, a família inteira participa da gestão da indústria. “Enquanto houver um Lepri, a chama não se apaga”, afirma José Lepri.

O que as empresas centenárias têm em comum?

  1. Inovam antes que o mercado exija.
  2. Não se apegam ao passado, mesmo sendo referência.
  3. Investem em gente, tecnologia e cultura.
  4. Adaptam-se ao cliente, à economia e ao comportamento.

Essas empresas mostram que longevidade não vem da tradição, mas da capacidade de mudar com consistência. Não vivem do passado, mas aprendem com ele e constroem o futuro.

Quais são seus desafios?

→Construção de legado de marca;

→Equilíbrio entre tradição e inovação;

→Convivência com novos entrantes de mercado;

→Profissionalização de planos de sucessão.

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